Os dois maiores entraves ao crescimento do Brasil, como vem sendo amplamente discutido em diversos meios de comunicação, são a infra-estrutura e a carga tributaria. Ate aqui nenhuma novidade. A "novidade" para qual gostaria de chamar a atenção e que a maioria dos comentaristas não tem dado muita importância diz respeito ao impacto inflacionário desses dois problemas.
Vamos começar pela carga tributaria: não apenas o altíssimo percentual cobrado da cadeia produtiva, mas a forma como ele e cobrado, inibem o setor produtivo em deixar uma parte da sua estrutura ociosa (improdutiva temporariamente) para momentos de maior demanda. Medidas como a substituição tributaria apesar de reduzirem a sonegação, estrangulam a capacidade de aumento de estoques. Essas medidas limitam o poder de redução de preços por parte das empresas numa eventual necessidade de desova de estoques obsoletos, fazendo com que as mesmas trabalhem mais próximas ao Just in time.
A enorme incidência de encargos trabalhistas diminui a velocidade de contratação. Tudo isso torna a improdutividade muito cara para as empresas, forçando-as a trabalhar com o mínimo de ociosidade possível de pessoal e de estoques, ambos os recursos necessários para atender a demanda quando essa aumenta.
A infra-estrutura, por sua vez, tem um papel ainda mais agravante nessa equação: com todo o "peso" gerado pelos tributos, o payback de uma ampliação de fabrica, a abertura de uma nova loja, ou mesmo a ampliação de um restaurante, tem que ser muito rápido para se justificar.
Com baixa ociosidade e a necessidade de um investimento alto, muitas vezes torna-se mais interessante para a empresa subir preços do que investir para aumentar a sua capacidade produtiva.
Quando esse problema e sistêmico, como e o caso, todas as vezes que temos um aumento da demanda, o estimulo que as empresas recebem e o de aumentar os preços e não sua capacidade produtiva.
Se não forem feitas reformas nesse sentido continuaremos direcionando as empresas para uma produtividade inflacionaria, que só poderá ser freada com a parada do crescimento, ou pior, teremos a retomada do espiral inflacionário.
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Matéria recente de O Estado de São Paulo, mostra exemplo de como os impostos geram inflação e de como a redução de impostos pode ser uma arma no combate a inflação de maneira produtiva, gerando empregos.
ResponderExcluirhttp://economia.estadao.com.br/noticias/economia,inflacao-perde-forca-em-junho-,118539,0.htm